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sábado, 19 de abril de 2014

A Noiva Feia


Quando criança eu tinha um perfil astuto, teimoso (ainda sou) e manipulador. O ambiente familiar ajudou muito para que eu pudesse agir assim. Eu não era uma criança má, apenas tentava tirar proveito usando a inteligência sobre a inocência dos adultos. Da parte da família do meu pai, eu era o caçulinha e da parte da minha mãe, eu era o primeiro. Isso me deixava na condição próxima de "intocável". Apesar de dar muito trabalho aos meus pais, eu não fazia nada de mais ou anormal para um menino, apenas fui uma criança "espaçosa", do tipo que não aceitava ser contrariado sem um bom argumento.
Essa fase passou (para sorte dos meus pais e azar das lojas de brinquedos) lá pelos seis ou sete anos, quando passei a entender e assimilar valores e crenças sobre a vida como, por exemplo, a existência da morte.
No passado, a minha inocência de criança aliada a minha franqueza natural fez com que meus pais e parentes ficassem em muitas "saias justas".
Uma delas aconteceu em alguma data entre 1980 e 1982, quando meus pais foram convidados para um casamento que seria celebrado na cidade de Eldorado/SP, mais precisamente no distrito de Barra do Braço.
O distrito é um dos locais de origem da minha família paterna. Meu bisavô Belarmino Ferreira, pai da vovó Nativa, foi muito conhecido e uma figura que faz parte da história local.

Bisavô Belarmino sentado
Naquele dia, meus pais, eu, meu primo Marcelo, tio Paulo (irmão da minha mãe), tia Rita e tia Adelina (irmãs do meu pai) seguimos para  Barra do Braço. Não me lembro se mais pessoas foram na "caravana".
Seria a minha primeira vez em um casamento. Eu estava na igreja ao lado de tia Rita, Marcelo e tio Paulo, ansioso para ver de perto a cerimônia que, até então, só havia visto em novelas e filmes.
Foi aí que o silêncio tomou a igreja e as portas se abriram. Naquele instante surgiu a noiva para iniciar sua caminhada até o altar.
Foi um casamento simples, realizado em uma região rural, bem diferente do que eu imaginava. E qual foi a minha reação? Uma frase de decepção dita em voz alta, que cortou o silêncio da igreja naquela tarde, com um eco que se misturou a risos, desconforto e constrangimento dos convidados.
Naquele momento, eu olhei para a tia Rita e disse:
"Tia, que noiva feia!"
Acho que além da reação dos convidados, causei um trauma eterno na noiva ((risos)). Na minha inocência, uma noiva sempre foi a linda atriz das novelas e filmes. A realidade foi uma decepção.
Confesso que escrevo rindo essa história. Não há como evitar, principalmente ao lembrar a reação de tia Rita, que parecia querer se esconder nos bancos da igreja.
Espero ter resgatado lembranças boas (ou ruins)((risos)) aos que tiveram presente naquela tarde.

Fiquem com Deus.

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