Pois bem, logo após o desastroso jantar, chegava a hora dos "predadores" saírem em busca de suas caças. Seria a primeira noite de festa na cidade, todos estávamos eufóricos. Limpinhos e perfumados, lá foi o JC rumo ao baile do Alvorada.
O Alvorada estava "bombando". Muitas gatinhas de outras cidades e nossa turma confiante em se dar bem.
Eu deveria ter percebido que aquela não seria uma noite das mais comuns. Alex resolveu sair com um sobretudo de lã que havia ganhado do tio (ou primo?). O sobretudo é uma peça de roupa que, em razão do clima quente do Vale do Ribeira, não é vista com frequência na região, como é normal seu uso aqui na fria cidade de Curitiba. O que eu quero dizer é que Alex ficou uma coisa bisonha, chamando a atenção parecendo o Keanu Reeves em Matrix depois da gripe suína.
Keanu Reeves: Matrix
Logo após nossa entrada, vejo Rogério deslumbrado com as coxas de umas meninas do outro lado do salão. O que ele não percebeu, foi que aquelas meninas saradas e altas tinham algo a mais localizado no meio das pernas. Tratava-se de um grupo de travestis, bem malucas, cujo o menor devia medir três metros de altura por dois metros de largura de puro músculo (e Rogério apaixonado achando que eram mulheres!!!).
Eu cheguei me dando bem naquele baile, mas minutos depois, levei o velho golpe do "vou no banheiro com minhas amigas e já volto!". Apesar da pouco idade, já sabia que daquele mato não sairia coelho algum, então resolvi ir ao banheiro também.
Chegando na porta de entrada do banheiro, vejo um grande tumulto e Mauriti dando risada ao lado de Xuxa. Alex conseguiu o que queria: chamar a atenção.
O que ele não contava foi que chamou a atenção principalmente do grupo de travestis. O maior dos travecos era um negro alto e forte (lembrava muito o saudoso Jorge Lafond) que, ao ver que Alex entrou no banheiro, anunciou para todo mundo que iria dar um "susto" no menino da capa preta.
O saudoso Jorge Lafond
A disposição do banheiro masculino é quase universal: mictório para o número um e vaso sanitário (casinha) para o número dois ou para os mais tímidos. Alex foi na "casinha". O travesti foi atrás dele, empurrou a porta, começou a tirar a calça e falou bem alto para todos ouvirem: "É você mesmo! Tira a calça, capa-preta!".
No desespero, Alex começou a pedir "pelo amor de Deus" para não fazer nada com ele, haja visto que o negão bloqueou a passagem da porta e Alex subiu no vaso sem ter para onde correr.
Lá fora, quase metade das pessoas do baile estavam se matando de dar risada da situação. O travesti, após conseguir dar o susto e se divertir as custas do "capa-preta", liberou o "franguinho" assustado.
Devido ao tumulto, não consegui ver a cena de perto, mas só a cara de "sem-graça" assustado de Alex me fez rolar de rir nos fundos da danceteria, na região dos banheiros. Acho que foi uma das vezes que mais dei risada na minha vida!
Na volta, ficamos morrendo de medo que os "travestis armários" seguissem a gente até a casa para dar um "sacode". Foi aterrorizante! Mas muito engraçado!
Esta história é Top Five do JC, inesquecível! Espero que tenham gostado.
Um grande abraço a todos e até a próxima!