Uma das coisas que mais me incomoda hoje em
dia é o trânsito de Curitiba.
O problema que mais me irrita nem é o volume
de carros circulando nas ruas, que é uma situação presente em todas as capitais
e grandes cidades do Brasil, mas sim, a falta de noção dos motoristas
curitibanos.
É irritante ver desde os
"espertinhos" andando pelo acostamento na BR277 no horário de pico, até aqueles que esquecem de um certo dispositivo chamado seta.
Dentro desta realidade aprendi a identificar
que os acessórios, a marca e o modelo do carro geralmente expressam a identidade
do motorista.
Carro
com adesivo da Família Feliz: mantenha a distância, pois
o motorista arrisca a parar no meio da rua, além do fato de desconhecer a quarta
e a quinta marcha. É uma barbeiragem atrás da outra. Anda de freio de mão puxado
e parece que nunca está com pressa.
Sedan:
esse é um dos que mais me irritam. Geralmente guiado por uma cabeleira branca,
não passa de 20km/h, ocupa duas faixas quando anda e não sabe o que é seta. Se
ver um a sua frente pronto para estacionar na rua, tenha muito cuidado: ele nunca
fica dentro do espaço limite do estacionamento e ainda abre a porta sem ver se
vem carro na faixa do lado, podendo oferecer a você uma gratificante sensação
de portada no seu carro em movimento com direito ao brinde de ter que ligar
para o seguro. Na estrada, fica atrás de um caminhão e não sai nunca mais.
Uno
Mille: é o Pinscher dos automóveis. Cheio de marra, acha que tem
motor para disputar com uma Ferrari e só faz "mercadoria" no
trânsito.
Golf,
Peugeot 206 e Stilo: famosos carros de playboy, ou na expressão usada no Paraná, de "Piá de
Bosta". De "Zé Maromba" a "Surfistinha Urbano", geralmente
chegam aos seus donos como presente dado pelo papai para o seu filhinho após
passar no vestibular daquela faculdade de qualidade duvidosa.
Caminhonetes:
Carro de "forrrrgado"! O condutor pode ser um empresário bem sucedido
financeiramente sem ter completado o 1º grau ou um "Zé Chapéu" metido
a cowboy. Geralmente equipado com um
bom sistema de som que não toca nada além de sertanejo. Dirige como se fosse o
dono da rua e não existissem regras aplicáveis, tendo em vista que ele acha que
está acima do bem e do mal.
Monza, Chevete, Gol Quadrado, Voyage, Santana e outros da categoria "Lata Velha": Além dos perigos do trânsito, você terá que se preocupar em não morrer de tétano. Nesses carros quase não têm nada: não existem freios, faróis, pneu reserva, sistema elétrico, bancos, vidros, travas e muito menos carteira de habilitação do motorista. Geralmente com placa da região metropolitana, a única coisa que podemos encontrar (além da ferrugem) são os pneus carecas. O risco de dar pane em horário de pico e na avenida mais movimentada da cidade é grande.
Sport
Utility Vehicle (SUV): Existem graus de alerta para este carro.
Se estiver transitando a 20km/h e você puder visualizar um carrinho de bebê,
tome muito cuidado. A chance de ser uma dona de casa que só usa o carro para
fazer compras é grande. Geralmente anda como uma tartaruga anciã, não sabe
estacionar e corre o risco de parar sem motivo algum em uma via rápida (cuidado
para não bater na traseira). Se entra em um congestionamento é bom levar
fraldas ou pinico, pois o condutor(a) se borra de medo. O grau máximo de alerta acontece
se estiver com o adesivo da "família feliz" ou de "bebê a bordo"....aí danô!
As vezes, quando preso em um
congestionamento, penso que não seria má ideia um novo dilúvio.
Fiquem com Deus.