Um espaço dedicado à meditação, reflexão, lembranças e diversão



segunda-feira, 30 de maio de 2011

Memória JC: Banana de Itanhaém


Carnaval de 1996


Esta foto é um registro do Carnaval de 1996, feito através da lente de uma Polaroid. Passamos na linda cidade litorânea de Itanhaém/SP, na qual já tive o privilégio de morar alguns anos.
Naquele ano, toda a turma estava presente (faltou apenas Alex). Ficamos em uma casa alugada pela Dona Marina, mãe de Xuxa, que levou a gente.
Várias histórias rolaram nesta viagem. Quem sabe no futuro eu conte algumas.
A foto foi tirada momentos depois do primeiro tombo no banana boat. Detalhe para a posição humilhante de Xuxa subindo no brinquedo (hahahahahaha) e para o cara (em segundo) que está atrás da garota (tirando um berne do cotovelo), que, momentos depois, teria o nariz quebrado pela minha perna em outro tombo (fiquei com um hematoma enorme na coxa).
Legal também é olhar para gente quinze anos atrás: todos com cara de moleque e magrinhos!
Agradeço especialmente a Mauriti, por disponibilizar a imagem digital.
Se tiverem mais fotos, por favor, mandem para mim.
Fiquem com Deus!

domingo, 29 de maio de 2011

JC Sobrenatural: Mistérios da Meia-Noite




"Mistérios da Meia-Noite
Que voam longe
Que você nunca
Não sabe nunca
Se vão se ficam
Quem vai quem foi..."


As aventuras do JC também têm em seu repertório histórias de terror, diretamente do além, verdadeiros "Contos da Cripta".


Contos da Cripta (Tales From The Crypt) sucesso na Band nos anos 80/90


Apesar de vivermos nossa história no dinamismo, modernidade e avanços dos anos 90, medos e crenças ainda faziam parte de cada um de nós.
Na nossa região, havia um certo morador muito estranho. Calado, poucos amigos e um jeitão todo misterioso. Era um sujeito pardo, barba grossa (mas feita), olhos fundos e cabelos despenteados.
Relatavam os mais velhos, jurando de pés juntos que, nas noites de lua-cheia, algo muito estranho e misterioso acontecia na casa do cidadão.
Segundo a lenda urbana (ou as afirmações dos antigos da região), a mãe do sujeito o colocava preso em uma coleira já na primeira noite de lua-cheia. Uivos e rosnasdos cortavam o silêncio das madrugadas, causando medo e agonia naqueles que ouviam.
Alguns diziam que viram mais de perto a cena macabra e que o mesmo ficava coberto de pelos, ou seja, era o próprio LOBISOMEM.



Apesar da gente não levar muito a sério esta invenção popular, todos tinhamos um medo inconsciente desta história, até porque conhecíamos a pessoa. Além disso, toda vez que ele passava por nós perto do período da lua-cheia, misteriosamente mancava muito, não conseguia andar direito. Quanto mais próximo da data da "virada da lua", mais ele mancava. Seria isso uma evidência que comprovaria a história contada pelos mais velhos?
Outra evidência é que ele simplesmente sumia durante a lua-cheia. Parece estranho, mas ninguém o via pelas ruas neste período.
Para voltar das baladas nos finais de semana, tínhamos que necessariamente passar a pé pela frente da casa do cidadão, já que não tínhamos carro. O problema é que em razão dos nossos rolinhos com as garotas, muitas vezes voltavamos separados.
Agora imaginem passar no local, sozinho, no meio do nevoeiro da madrugada. Pois bem, não apenas eu, mas todos os integrantes da turma chegaram a ter esta desagradável experiência por pelo menos uma vez. Eu tinha minha técnica: passava correndo e não olhava para trás!
Em 1994, notícias assustadoras de mortes causadas por ataques de um feroz animal, detentor de garras e dentes afiados, se espalhavam pela cidade de Registro. Todo mundo conhecia um primo da vizinha de uma vítima, ou tinha como informante a cunhada da amiga que trabalhava no hospital que confirmou ter visto um defunto todo rasgado e cheio de mordidas.
Eu, inclusive, tinha uma ex-namorada que trabalhava no hospital. Ela me alertou que pessoas lá de dentro confirmaram as histórias.
O pânico dominou a cidade! Ninguém saia pelas ruas a noite. Policiais trabalhavam em campanhas para esclarecer as histórias e, quem sabe, capturarem o bicho.
As mortes estavam acontecendo no bairro da Vila Nova, divisa com nossa região. Na cabeça daqueles que conheciam a história do morador sinistro, havia um só pensamento: será que a coleira não está segurando mais a fera nas noites de lua-cheia?
Os integrantes do JC que sempre ficavam na rua, sentados na calçada e batento papo até de madrugada; ou voltando a pé dos bailes, simplesmente saíram de cena, afinal de contas não queríamos "pagar para ver". Ficamos um bom tempo sem sair de casa.
O caso teve uma repercussão tão grande que chegou a ser matéria do programa Fantástico, da Rede Globo de Televisão.
O fato foi que ninguém descobriu o que realmente aconteceu naquele ano e a fera que rondava as ruas registrenses simplesmente sumiu. Será que a coleira foi trocada?
Este é um mistério que nunca foi desvendado. Pode ter sido apenas boato de cidade pequena? Pode! Pode ter sido verdade? Também!
Esta história serve de alerta para você. Se ouvir uivos e rosnados, não saia de casa, pois nunca se sabe quando o Lobisomem de Registro irá voltar!!!

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Reflexão: Alegria


Onde mora a alegria?
Estaria guardada em um dos lados do cérebro? Estaria distribuída nos hormônios que nosso corpo produz?
Diz o poeta que está no coração. Será mesmo?
Acho que cada um guarda sua alegria em um lugar especial. Seja na velha caixa de sapatos cheias de fotos, penduricalhos, bilhetes antigos que despertam boas lembranças; ou seja em um singelo sorriso de criança. Cada um sabe o tamanho da alegria que tem e onde guardá-la.



Tão importante quanto a guarda é senti-la. O despertar deste sentimento tão bom ainda é um mistério para muitos. É algo sensacional que nos faz perder a razão de forma alucinógena e, sem controle sobre os músculos faciais, desperta um sorriso espontâneo, construído fácil.
A alegria nos motiva, dá a força necessária não apenas para viver, mas para querer a vida.
Quando a subjetividade dos sentimentos é evidente, o respeito à individualidade prevalece. Falando claramente, cada um sabe seus motivos. Cada um sabe onde está sua alegria e suas proporções.
A minha está guardada em um recipiente único e especial, porém não deixo de sentir, de viver esta sensação.
Que cada um zele pela sua alegria e não deixe jamais de vivê-la.
Fiquem com Deus.

domingo, 22 de maio de 2011

Reflexão: Razões para Lutar


Corpo cansado, alma enfraquecida.
Uma vontade de desistir, de ficar onde estou ou correr para a cama, enrolar-me em um cobertor e ali ficar, em silêncio, pensando, dormindo, sonhando.
E como vou me olhar no espelho? Entregar-me, render-me sem ao menos lutar, sem ao menos tentar.
É mais cômodo desistir, acovardar-me perante os desafios que a vida impõe. Pode ser fácil a curto prazo, mas ser covarde é difícil. Pode-se enganar a todos, menos você mesmo, menos seu coração. Nada mais é que contrair uma dívida com sua vida.
Quando se olha para trás, o passado recente se revela e tem-se orgulho dos seus feitos, de suas vitórias. Este é o momento de levantar a cabeça, respirar fundo e continuar a lutar por um único motivo: eu acredito em mim e Naquele que me fortalece.
Mesmo sabendo que não vencerei todas as batalhas e que um dia meu corpo será derrotado, minha alma será de um vencedor. Tentarei cumprir minha missão da melhor maneira, independente do tempo que me foi destinado.
Nem por isso eu deixo de fraquejar, afinal sou humano. Todos têm momentos de fraqueza, mas só os vitoriosos reagem.
Ainda tenho muitos duros desafios. Ainda tenho muitas vitórias para me glorificar.


Posso perder, mas não será entregue de bandeja. Lutarei sempre, com todas as minhas forças, até quando meu Mestre e meu Pai permitirem, pois Eles são meu Escudo e minha Espada aos quais eu sirvo com prazer e alegria.


segunda-feira, 16 de maio de 2011

Música: A Eurodance dos Anos 90

Os nascidos no final dos anos 70 e início dos anos 80, viveram nos anos 90 as transformações naturais da adolescência. Várias coisas, às vezes sem nenhuma importância, trazem lembranças de uma década em que o Brasil começou a absorver o sentido de globalização e de toda evolução econômica, social e tecnológica que ela trouxe.
Coisas como o dia da morte do Zacarias (Os Trapalhões) e do Ayrton Senna; a estréia dos Simpsons e da família Dinossauro na rede Globo; o furacão Axl Rose (queria ser este cara!!); o grunge do Nirvana; estréia do Arquivo X na Rede Record (ainda é minha série favorita); Sonic e o Mega Drive (sonho que eu nunca tive – pulei direto para o PlayStation); tardes depois da aula no fliperama jogando Street Figther II e Mortal Kombat; Guerra do Kwait; o bi-campeonato mundial do Tricolor e a Copa do Mundo de 94; sapatos 775; as camisas do estilo Flamel (personagem do Edson Celulari na novela Fera Ferida) para os meninos, enquanto as meninas usavam meias estilo Lisa (personagem de Andréa Beltrão na novela A Viagem); aprender a dançar o pagode “mela-cueca” da Banda Brasil e Raça Negra, as coreografias do Gerasamba (depois virou É o Tchan) e do Latino no “Me leva”.

Lisa e Flamel

Se fosse para contar e relembrar, iríamos longe nos fatos dos anos 90. Como estamos falando de música, não podemos deixar a Eurodance de lado. Um estouro da música eletrônica, que surgiu timidamente no final dos anos 70, derivando da Disco Music do final dos anos 60 e auge nos 70. Grupos alemães, noruegueses, espanhóis e principalmente italianos e americanos, dentre vários outros lugares do mundo, surgiam com um hit a cada semana (até uma brasileira: Corona). Seguiam quase que os mesmos padrões: belas vocalistas (diziam não serem delas as vozes das músicas), com refrões repetidos e melódicos, batidas rápidas com a inclusão de Rap durante as músicas. Uma outra linha tinha representantes homossexuais e, inclusive, um lado de protesto social pela liberdade e direitos dos mesmos. São exemplos Pet Shop Boys e Erasure.


Erasure

Double You: fãs fiéis no público gay

Mesmo com a qualidade de muitos como Ace Of Base e Eurythmics, eu particularmente não gostava deste som, pois sempre fui do Rock N`Roll. Porém, não podia negar a influência dançante e a “música que ficava na cabeça” após as noitadas de final de semana. Hoje relembro com saudades desta época e a música que eu achava ruim, passou a representar a possibilidade de retornar, através das lembranças, a uma época cheia de amizade, diversão e alegria.

Real McCoy: Eurodance e seus fatores de identificação na totalidade

Ace Of Base

* Texto escrito há 2 anos, para a confecção de uma coletânea de Eurodance

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Futebol JC: Coitado do Grilo



Nos campinhos de Registro, onde o JC demonstrava da forma mais romântica o que é futebol arte (arte de fazer a torcida dar gargalhadas!!), aos poucos, certos jogos com alguns adversários foram se tornando verdadeiros clássicos em razão da rivalidade adquirida.
O time da Pracinha Japonesa foi nosso primeiro grande rival. O time deles era formado por amigos, o que sempre deixava o jogo com cara de um verdadeiro amistoso.
Nosso segundo grande rival foi o time do Caiçara, formado por jogadores que moravam em volta do "El Sapão". O bom relacionamento também imperava e, apesar de alguns incidentes isolados, tínhamos que nos dar bem com os donos do campo, caso contrário não teríamos onde jogar.
Outros bons times também disputaram jogos históricos com o JC: Vila Sapo, RBBC, Capinzal, Aston Villa etc. Porém nosso grande rival era o Boca Juniors da Vila São Francisco.
Aliás, foi contra eles o pênalti mais importante de história do futebol comentado em um post no mês anterior.
Em 1994 nosso time estava montadinho, mas um problema com o ano de nascimento tirou eu, Kunio, Alex, Javali, Géio e Rogério do juvenil e tivemos que nos juntar a Xuxa e Mauriti no time dos veteranos.
Com cinco titulares a menos (se bem que o Pão Doce não conta!) tivemos trabalho mas montamos uma boa equipe, tendo Mauriti como técnico, eu como preparador físico, Rogério e Alex como auxiliares e Xuxa como representante presidente e chefe da delegação das categorias de base da Sociedade Esportiva JC.
No campeonato juvenil amador, caímos justamente no grupo do Boca Juniors. O jogo foi no campo do R.B.B.C. (Registro Base Ball Club) com direito a presença da família na torcida.
A partida estava bem disputada, com ligeiro domínio do Boca. No final da primeira etapa, eles abriram o placar: 1 X 0.
Ao analisar o jogo, Mauriti percebeu que um dos jogadores adversários era o chamado "gato" (não confundir o termo com uma crise de homossexualidade de Mauriti achando o jogador bonito - "gato" no futebol é aquele cara que altera a data de nascimento para poder permanecer mais tempo nas categorias de base), que foi seu colega de colégio no passado.
Feita a descoberta e achando que iríamos perder, fizemos (Mauriti e eu) a denúncia aos mesários no intervalo do jogo. Isso iria nos dar a vitória pelo chamado W.O. (Walkover - ganharíamos os pontos e a vitória do adversário seria anulada em razão da irregularidade do jogador).
O problema é que o Boca também tinha torcida e ao contrário da nossa, formada pela minha mãe (Celinha), pela mãe de Xuxa (Dona Marina) e nossas irmãs (Rose, Alê e Tininha), a deles era formada por um bando de "manos, é nóis na fita!". Mauriti e eu nem pensamos nas consequências do ato, pois não havia segurança nenhuma no campo (que aliás fica em um local bem retirado).
A notícia se espalhou pelo time e torcida adversária, quando começaram despejar em Mauriti um xingamento que até então eu nunca tinha escutado e também nunca mais escutei: C... de Grilo!!!
Era c... de grilo para lá, era c... de grilo para cá! Uma verdadeira chuva de c... de grilo!
O pior que nem precisaria de tudo isso. No segundo tempo, voltamos bem melhor e viramos o jogo.
Inversamente a tranquila situação dentro de campo, fora dele os xingamentos e juras de morte aumentavam cada vez mais. Os quarenta e cinco minutos foram longos e rápidos ao mesmo tempo. Longo por ouvir cada vez mais c... de grilo e rápido por saber que teríamos problemas ao final da partida.
Eu estava seguro, pois afinal de contas, tínhamos quase 20 garotos do nosso lado. O que eu não contava era que toda a molecada iria deixar a gente na mão: ao final do jogo o time todo sumiu, "vazou".
O pouco de segurança que tínhamos era o juiz (um negão armário) e Arsênio (irmão de Xuxa) que praticava artes marciais.
Eu não ia fugir da raia. Como eu brigava tão bem como jogava bola sempre tinha que apelar para pedras, paus, mordidas, golpes baixos etc. Sendo assim, tratei de arrumar um caibro (estava meio podre, mas foi o que consegui naquele momento) e umas pedras no jardim. Juntei tudo e deixei ao lado do carro para distribuir aos que ficaram (heróis da resistência).
Foi então que fizeram um cerco sobre a gente, mas o alvo era um só: o c... de grilo Mauriti.
Do nosso grupo, Xuxa era o mais forte e ficou do lado de c... de grilo, digo, Mauriti. Vendo que a gente não iria "arregar" como os nossos jogadores, eles também ficaram com receio de partir direto para a "porrada". Mas um "Zé Coragem" foi pra cima de c... de grilo, digo, Mauriti e deu um chega para lá no baixinho. Instantaneamente Xuxa deu uma "bica" no "Zé Coragem" do Boca Juniors que, de coração, deu dó do moleque.
Agora pense em uma marreta, pois bem, é a perna e o pé de Xuxa. Um pezão chato e quadradão pegando de "chapa" na perninha fina do "Zé Coragem". O moleque deve estar mancando até hoje.

Xuxa: Uma "pezada" digna de Chuck Norris


Foi o que bastou para nenhum deles vir para cima. Continuaram apenas os xingamentos de c... de grilo para Mauriti.
Minha mãe e Dona Marina quase tiveram um infarto!
Esta história não acabou por aí. O ódio mortal do Boca trouxe problemas para o c... de grilo, digo, Mauriti. Ele recebeu alguns "recadinhos" até que tomou uns tapas em uma noite que eu não estava em Registro. Depois de apanhar, c... de grilo e os agressores (que lutavam capoeira) fizeram as pazes e até saíram para tomar umas cervejas. Coisas de c... de grilo, digo, Mauriti.